Glicemia: como medir os níveis e quais são os riscos da glicemia alterada

Glicemia


glicemia é a concentração de glicose (açúcar) no sangue. Quando está alterada, significa que há algum problema de saúde, como o diabetes.  

Alguns exames ajudam a monitorar os níveis de glicemia e evitar complicações.  

A seguir, veja detalhes sobre os valores de referência de glicose no organismo, os exames e as principais doenças causadas pela glicemia alta.  

 

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Glicemia: o que é?  

Glicemia é a concentração de glicose (açúcar) no sangue. Ela é uma forma de controlar o metabolismo da glicose no corpo e usada para monitorar condições de saúde, como o diabetes.   

Exames para medir os níveis de glicemia  

Entre os principais exames indicados para medir os níveis de glicemia, estão:  

Glicemia em Jejum 

O exame de glicemia em jejum identifica a presença de hiperglicemia (quando há excesso de açúcar) ou hipoglicemia (quando os níveis estão baixos) que podem estar presentes em quadros de pré-diabetes e diabetes.

É feito por meio de uma amostra de sangue coletado da veia do paciente em jejum, ou seja, sem ter se alimentado por um período de no mínimo de 8 e no máximo de 12 horas antes da coleta.  

Hemoglobina Glicada  

Trata-se de um exame de sangue que mede a quantidade de glicose ligada à hemoglobina.  Esta proteína está presente nas hemácias e no plasma do corpo e tem a função de transportar oxigênio pelo sistema circulatório. 

Quando essa substância se liga à glicose, recebe o nome de hemoglobina glicada. 

É um exame que serve para avaliar os níveis glicêmicos dos últimos 3 meses e analisar o controle de diabetes. 

Glicemia Pós Prandial  

A glicemia pós prandial se refere à medida da glicemia plasmática realizada uma ou duas horas após uma refeição, que pode ser o café da manhã, almoço ou jantar. 

Geralmente, nos laboratórios clínicos, o teste é realizado após o almoço.  

É indicado para avaliar o controle glicêmico de pessoas com diabetes, informando se o paciente está com a glicemia controlada.  

Curva Glicêmica em Gestantes  

A curva glicêmica em gestantes, também conhecida como teste de tolerância à glicose durante a gravidez, é um exame de sangue que avalia como o corpo da grávida está lidando com a glicose (açúcar no sangue) após a ingestão de uma solução de glicose. 

O teste é indicado para diagnosticar a diabetes gestacional, uma condição em que os níveis de glicose no sangue ficam elevados durante a gravidez, mas costumam voltar ao normal após o parto. 

A curva glicêmica na gestante deve ser realizada entre a 24ª e a 28ª semana de gestação, devendo seguir as seguintes etapas: coleta de sangue inicial para medida de glicemia, ingestão de 75g de glicose oral e coletas seriadas de sangue após uma e duas horas do início do teste. 

Níveis de Glicemia

Veja abaixo os valores de referência para os níveis de glicemia.  

Glicemia de jejum normal: inferior a 99 mg/dL; 

Glicemia de jejum alterada: entre 100 mg/dL e 125 mg/dL; 

Diabetes: igual ou superior a 126 mg/dL; 

Glicemia de jejum baixa ou hipoglicemia: igual ou inferior a 70 mg/dL. 

Já os Valores de referência para gestantes são os seguintes: 

  • Glicemia de jejum entre 92 mg/dL e 125 mg/dL sugere o diagnóstico de Diabetes Mellitus Gestacional
     
  • Entre 24 e 28 semanas de gestação, a gestante deve passar pelo teste de curva glicêmica.  Glicemia em jejum ≥ 92 mg/dL; 1 hora após sobrecarga ≥ 180 mg/dL e 2 horas após sobrecarga ≥ 153 mg/dL indicam diabetes.

Glicemia Baixa  

Conhecida também como hipoglicemia, a glicemia baixa acontece quando os níveis de glicose estão abaixo dos níveis considerados normais.  

Vale destacar que a glicose é importante para o organismo, já que é a principal fonte de energia para as células do corpo.  

Os sintomas na fase inicial da hipoglicemia (glicose de 60-70 mg/dL) são leves. É comum que surjam dores de cabeça, sensação de sono, fome e alterações de humor. 

Com a redução dos níveis de glicose (abaixo de 60mg/dL), os sintomas se agravam e podem causar desmaios, convulsões, coma e até a morte, quando não tratada adequadamente. 

Conhecida também como hipoglicemia, a glicemia baixa acontece quando os níveis de glicose estão abaixo dos níveis considerados normais.  

Glicemia Normal  

Geralmente, os níveis de referência para glicemia normal estão na faixa de 70 a 100 mg/dL.  

Glicemia Alta  

Conhecida também como hiperglicemia, a glicemia alta acontece quando os níveis de glicose no sangue estão acima dos valores considerados normais.  

Quando a hiperglicemia é leve o indivíduo não apresenta sintomas, o que pode ser perigoso, pois nem sempre é feito o diagnóstico.  

A pessoa pode apresentar:

  • Sede e fome excessivos; 
  • Queda repentina no peso; 
  • Fadiga; 
  • Visão embaçada; 
  • Pele seca; 
  • Tonturas; 
  • Dores de cabeça; 
  • Infecções recorrentes; 
  • Dificuldade de cicatrização.; 
  • Pele escura na região do pescoço. 

Doenças causadas pela glicemia alta  

Apesar de não causar sintomas desde o início, a glicemia alta pode levar a um quadro de diabetes. 

Provocando assim complicações atreladas a diabetes. Veja abaixo as principais. 

Cetoacidose diabética 

A condição é uma complicação grave do diabetes e trata-se de uma emergência médica. A cetoacidose diabética ocorre quando os níveis de glicose no sangue ficam elevados e o organismo passa a quebrar as gorduras para obter energia. Isso acarreta uma produção excessiva de cetonas, que são substâncias ácidas. 

Caso não seja tratada rapidamente e de forma adequada, pode levar a complicações sérias, como insuficiência respiratória, redução do estado de consciência e até mesmo coma. Em casos mais graves, pode evoluir para óbito. 

Ocorre em pacientes com diabetes mellitus tipo 1, ou seja, nos indivíduos que não produzem insulina e geralmente são diagnosticados com a doença nas fases mais precoces da vida (crianças e adultos jovens).

Doenças cardiovasculares 

Ter níveis elevados de glicose cronicamente no sangue é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. É o caso da aterosclerose, que é o acúmulo de placas de gordura nas artérias. Essa condição aumenta o risco de infartos no miocárdio e AVC (acidente vascular cerebral).   

Problemas de visão 

Os altos níveis de glicose no sangue também afetam a saúde dos olhos. O quadro pode causar, por exemplo, retinopatia diabética, complicação ocular que ocorre após os vasos sanguíneos da retina serem danificados.  

Além disso, pessoas com diabetes têm um risco aumentado para catarata, que afeta a visão e glaucoma, que aumenta a pressão dentro do olho e pode causar cegueira.  
 

Problemas renais 


 A glicemia alta também impacta a saúde renal, já que são os rins que regulam os níveis de açúcar no sangue, que é excretado pela urina. Em excesso, pode comprometer o funcionamento dos rins, que podem parar de funcionar adequadamente.

Fatores de risco para glicemia alta 

Vários fatores podem contribuir para o desenvolvimento da glicemia alta. Veja abaixo os principais:  

  • Ter diabetes;  
  • Predisposição genética;  
  • Sedentarismo;  
  • Obesidade;  
  • Idade avançada; 
  • Hipertensão arterial;  
  • Uso de alguns medicamentos, como corticoides;  
  • Doenças pancreáticas e distúrbios hormonais.

Formas de controlar a glicemia alta 

É fundamental controlar a glicemia para evitar complicações. A seguir, veja as principais medidas que podem contribuir com o controle da hiperglicemia.  

  • Monitorar os níveis de glicose no sangue de forma regular.  
  • Manter uma alimentação equilibrada. É preciso limitar o consumo de carboidratos refinados e ingerir mais fibras.  
  • Distribuir as refeições ao longo do dia para evitar picos e quedas de glicose. 
  • Monitorar o tamanho das porções consumidas.  
  • Realizar atividade física regular.  
  • Usar medicação, se for prescrito pelo médico.  
  • Evitar o excesso de estresse no dia a dia.  
  • Realizar consultas médicas regulares para checar como está o controle glicêmico e a saúde de forma geral.
     

 

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Fonte: Dra. Roberta Frota Villas Boas