Autora: Dra. Juliana Sobral - pediatra
O Vírus Sincicial Respiratório (ou VSR) é uma das principais causas de infecções respiratórias graves (como a bronquiolite) em bebês e crianças menores de 2 anos.
A doença é causada por um vírus que afeta as vias aéreas superiores e inferiores, podendo causar sintomas leves (como um resfriado) ou graves. Continue a leitura para conhecer melhor esse tipo de infecção.
O que é VSR - Vírus sincicial respiratório?
O VSR é um vírus altamente contagioso que se espalha facilmente pelo contato com secreções respiratórias, como saliva, espirro e tosse.
É a principal causa de infecções respiratórias em bebês e crianças menores de dois anos. No entanto, adultos e idosos também podem ser afetados, especialmente aqueles com sistemas imunológicos enfraquecidos.
Leia mais: conheça as diferenças entre gripe e resfriado
Como ocorre a transmissão o VSR?
O VSR pode ser transmitido de pessoa para pessoa por meio de gotículas respiratórias produzidas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala. As gotículas podem cair na boca ou no nariz de uma pessoa saudável ou podem ser inaladas para os pulmões.
Além disso, o contato direto com superfícies contaminadas também é uma via de transmissão significativa.
Vacina Contra o Vírus sincicial respiratório
Está disponível na rede privada a vacina contra o vírus sincicial respiratório. O imunizante aplicado em dose única é indicado para adultos com mais de 60 anos e é eficaz na prevenção de infecções respiratórias causadas pelo VSR, principalmente para o público portador de doenças respiratórias como doença pulmonar obstrutiva crônica e asma além de outras condições que possam comprometer a imunidade.
Sintomas de Vírus sincicial respiratório?
Os sintomas da infecção causada pelo VSR geralmente aparecem de 2 a 8 dias após a exposição ao vírus. Os sintomas mais comuns são:
-
Tosse;
-
Secreção nasal;
-
Febre;
-
Desconforto respiratório;
-
Chiado/sibilos ao respirar.
Em bebês, o VSR também pode causar:
-
Falta de ar e/ou dificuldade para respirar;
-
Letargia;
-
Falta de apetite;
-
Irritabilidade.
Importante: bebês e crianças pequenas com dificuldade para respirar; irritadas; que não conseguem mamar; e que estejam com a boca arroxeada ou azulada, devem ser levadas imediatamente para o pronto-socorro para avaliação, pois esta pode ser uma emergência médica.
VSR em bebês e crianças: quais são os riscos?
O VSR pode ser mais grave em bebês recém-nascidos e crianças menores de 2 anos, já que elas ainda estão com o sistema imunológico imaturo.
Além desse grupo, bebês prematuros e crianças com problemas respiratórios ou cardíacos também têm risco aumentado de complicações graves causadas pelo vírus.
As complicações incluem evolução do quadro para pneumonia e bronquiolite (inflamação dos bronquíolos, a parte final dos brônquios, estruturas do pulmão), que causam dificuldade significativa de respirar e a necessidade de hospitalização.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da infecção causada pelo VSR geralmente é baseado na avaliação clínica dos sintomas e na sua sazonalidade – ou seja, levando-se em consideração que o vírus circula de forma mais ativa em determinadas épocas do ano.
Em alguns casos, é necessário realizar o teste chamado de painel viral, feito por meio de um swab de secreção nasofaríngea, para detecção mais precisa do vírus.
Leia mais: saiba como é feito o teste para covid-19
Tratamento para Vírus Sincicial Respiratório
Assim como ocorre com a maioria dos vírus respiratórios, não há tratamento específico para a doença e sim o cuidado de suporte, ou seja, para aliviar os sintomas e prevenir complicações.
Crianças com risco elevado para complicações graves (como prematuros e cardiopatas) podem receber uma medicação chamada Palivizumabe, que consiste em um tipo de anticorpo monoclonal específico para combater o vírus.
Em casos graves, no entanto, é necessária a internação em hospital para receber oxigênio e ventilação mecânica, caso a saturação não esteja satisfatória.
A prevenção da doença é fundamental para evitar complicações. Evitar estar perto de pessoas doentes e aplicar a vacina contra o VSR – quando estiver disponível, já que o registro foi aprovado pela Anvisa em dezembro de 2023 em idosos e crianças menores de 2 anos - são medidas que ajudam a evitar essa infecção.