Anemia na gravidez: o que causa e quais os riscos para o bebê?

Anemia na gravidez: sintomas e tratamento

Autor: Dr. Rogerio Rocha 

 

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anemia na gravidez, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), tem prevalência em aproximadamente 40% das gestantes. A prevalência pode variar entre 5,4 % nos países desenvolvidos como os Estados Unidos, até 80% em alguns países em desenvolvimento. 

O que é anemia? 

Tema muito frequente entre as gestantes, o termo “anemia” é o nome dado à condição clínica onde ocorre a diminuição da capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue. 

As mudanças fisiológicas que ocorrem na gravidez, como aumento de aproximadamente 50% do volume de sangue circulante, as maiores necessidades de nutrientes maternos para o desenvolvimento do bebê e as alterações hematológicas específicas da gestação, tornam as gestantes mais suscetíveis ao desenvolvimento de anemia. 

Tipos de anemia durante a gravidez 

O principal tipo de anemia durante a gravidez é a anemia ferropriva. Os demais tipos incluem a deficiência do ácido fólico e/ou vitamina B12, além das doenças hereditárias causadoras de defeitos estruturais na hemácia, como a anemia falciforme e a talassemia. 

O que causa a anemia durante a gestação? 

A causa mais frequente nas gestantes é por deficiência de ferro, também chamada de anemia ferropriva. O ferro é um nutriente essencial para a produção da hemoglobina presente nas células sanguíneas chamadas hemácias. As gestantes necessitam de uma quantidade maior de ferro, tanto para suprir o aumento do próprio volume de sangue, quanto para o desenvolvimento do bebê. 

Quais os sintomas de anemia na gravidez? 

Os sintomas podem variar de acordo com a gravidade da doença. O mais comum em casos leves é o cansaço. Já quando são casos moderados ou graves, os sintomas incluem: sono, falta de ar, fadiga, apatia e mucosas descoradas.

 

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Como é feito o diagnóstico? 

O diagnóstico básico é feito principalmente por um exame de sangue chamado hemograma, caracterizado pela diminuição da proteína hemoglobina presente nas células do sangue denominadas hemácias, ou pela redução do número de hemácias. Investigações diagnósticas mais detalhadas podem demandar exames mais específicos.

Quais são os riscos da anemia da gravidez para a mãe e para o bebê? 

A anemia pode trazer complicações para a mãe e para o bebê. O risco e a gravidade dessas complicações estão relacionados à causa e a severidade da anemia. 

Na mãe, as principais complicações são: cansaço, diminuição do desempenho intelectual, maior risco de hipertensão gestacional, diminuição da imunidade, queda de cabelos, além de menor tolerância a sangramentos no parto. 

Para o bebê, as possíveis complicações são: abortamentos, parto prematuro, rotura prematura das membranas, baixo peso ao nascimento e alterações no desenvolvimento neurológico. No caso da anemia por deficiência de ácido fólico, existe um maior risco de defeitos congênitos da coluna vertebral e crânio. 

É necessário ressaltar a importância de realizar exames, como o ultrassom transvaginal e o ultrassom morfológico, além dos exames de sangue periódicos durante a gravidez para diagnosticar e tratar condicoes frequentes na gestação. 

 

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Tratamento de anemia durante a gravidez 

A prevenção da anemia idealmente deveria começar por um planejamento e avaliação médica antes da gestação, com início da suplementação com ácido fólico nos meses que antecedem a gestação. 

Alimentação 

Nas gestantes, a prevenção começa pelo consumo de alimentos ricos em ferro e ácido fólico, como vegetais verde-escuros, proteína animal magra, beterraba, feijão, leite e ovos. O acompanhamento com um nutricionista é de grande importância, pois pode avaliar as necessidades de maneira individualizada. 

Suplementação 

Além de uma dieta equilibrada, é recomendada a suplementação com ferro, ácido fólico e, em algumas situações, outras vitaminas, sempre orientada por um profissional de saúde 

Quando se tem anemia pode fazer Cesária? 

A anemia não determina via de parto e a definição é feita pelo obstetra baseando-se em cada caso em sua individualidade.  

É importante que a anemia seja tratada o máximo possível até a data do nascimento do bebê, a fim de aumentar a hemoglobina, uma vez que independentemente do tipo de parto há perda de sangue. 

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Referências 

1. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Doenças hematológicas e gravidez. São Paulo: FEBRASGO; 2021. (Protocolo FEBRASGO-Obstetrícia, n. 40/Comissão Nacional Especializada em Gestação de Alto Risco). 

2.  American College of Obstetricians and Gynecologists. ACOG Practice Bulletin No. 95: anemia in pregnancy. Obstet Gynecol. 2008. 

3. Sun D, McLeod A, Gandhi S, Malinowski AK, Shehata N. Anemia in Pregnancy: A Pragmatic Approach. Obstet Gynecol Surv. 2017 Dec;72(12):730-737. 

4. Ministério da Saúde. Manual Técnico de Gestação de Alto Risco. 5a ed. Brasília (DF): 2012. p. 171- 81.  

 

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