Autor: Dr. Alex Meller
Revisor: Dra. Myrna Campagnoli
Nós sabemos que muitos homens apresentam, ao nascer, algum grau de fimose.
Acredita-se que 85% dos bebês do sexo masculino vão ter algum grau de fimose ao nascimento, podendo melhorar espontaneamente ao longo do crescimento. Quando completam 5 anos idade, apenas cerca de 15 a 20% dos meninos terão ainda esse quadro.
O que é a fimose?
Fimose se caracteriza por uma dificuldade de exteriorizar a glande, ou seja, retrair a pele do prepúcio e expor a glande completa e adequadamente.
Quais os sintomas da fimose?
A fimose, per se, não gera sintomas, mas o fato de não permitir a retração do prepúcio pode predispor a sinais e sintomas.
Os principais sintomas que se associam a fimose são:
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Dor ou desconforto durante as relações sexuais;
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Maior frequência de Infecções e inflamações na glande (balanopostites)
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Sangramento local
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Dor ou dificuldade para urinar;
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Inchaço.
Como identificar a fimose?
Só existe uma maneira de identificar a fimose, que é tentando retrair manualmente a pele do prepúcio. Caso não seja possível, é necessário recorrer a uma consulta médica para avaliação de grau e tratamento.
Fimose em adulto: o que fazer?
Quando adulto, o método de tratamento é cirúrgico, sendo fundamental uma avaliação profissional. A fimose na fase adulta predispõe ao câncer de pênis que, dentre outros fatores, como o HPV, pode ter intima relação com a falta de higiene local.
A dificuldade de higienização torna o local propício para proliferação de bactérias e fungos causadores de inflamações, infecções locais e urinárias e até o câncer de pênis.
Quais os graus da fimose?
Existem alguns graus de fimose. Veja:
Grau 1
No grau 1 ocorre a retração da pele no estado flácido, porém forma-se um anel embaixo da glande, podendo ser visualizado como se fosse uma cintura.
Grau 2
No grau 2 não é possível retrair toda a pele em estado flácido e a glande fica apenas parcialmente descoberta.
Grau 3
Já no grau 3, não é possível retrair a pele, fazendo com que a glande fique totalmente coberta pela pele do prepúcio.
Quais são os tipos de fimose?
Há dois tipos de fimose: fimose primária e secundária.
Fimose primária
É quando o paciente apresenta excesso de pele, sendo necessário acompanhamento com o pediatra para analisar se está retraindo de forma natural ou não.
Em alguns casos, é preciso realizar tratamento para evitar complicações no futuro. Pode ser utilizado tratamento tópico com pomadas ou indicado tratamento cirúrgico.
Fimose secundária
Pode acontecer em todas as faixas etárias e por diversos motivos, como após infecção, inflamação no pênis e traumatismo na região.
Como é feito o tratamento da fimose?
Normalmente, a fimose grau 2 e 3 são cirúrgicas e para o grau 1 existem algumas formas de reversão.
Sabemos que quando a pele está se desenvolvendo (na fase da infância), podem ser utilizados alguns cremes que auxiliam de alguma forma a estender essa pele e fazer uma melhora no anel formado pela fimose, sendo possível reverter graus leves. Contudo, quando se trata de graus mais acentuados, dificilmente é possível resolver clinicamente.
Cirurgia da fimose
O tratamento cirúrgico é indicado quando as medidas clinicas não foram suficientes.
A cirurgia pode ser realizada já na primeira infância pois algumas crianças podem apresentar graus diferentes de inflamação da glande devido ao acúmulo de sujeira e urina que ocorre por não conseguirem exteriorizar a glande, impedindo a higienização adequada.
Alguns trabalhos científicos, realizados na África, demonstram que quadros de fimose muito acentuada, sem correção cirúrgica, apresentam na vida adulta maiores riscos de contágio por HPV, câncer, sífilis e hepatites. Portanto, a cirurgia de fimose pode ser considerada preventiva em alguns casos.
A cirurgia de fimose é a postectomia e pode ser realizada em qualquer momento da vida. Algumas religiões já praticam essa cirurgia ao nascimento, como os judeus e os islâmicos.
Basicamente, o procedimento pode ser feito em ambiente ambulatorial ou hospitalar, e muitas vezes requer apenas uma anestesia local agregada ou não a sedação do paciente.
Consiste na retirada da pele do prepúcio que está estreitada e impedindo a exteriorização da glande. Com isso, o pênis toma um outro aspecto estético e a glande fica exposta permanentemente.
A cirurgia é bastante funcional, efetiva e relativamente simples.
Quando realizada em ambiente adequado, com uma boa equipe cirúrgica e mantendo bons cuidados pós-operatórios, os pacientes se recuperam rapidamente.
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