Autor: Dr. Marcelo Henrique de Andrade Bueno (CRM 94.034)
Chamamos de taquicardia quando a frequência cardíaca está acima de 100 batimentos por minuto.
Essa condição possui diversas causas, podendo ser tanto fisiológicas quanto patológicas.
O que é taquicardia?
É um ritmo cardíaco acelerado, acima de 100 batimentos por minuto, que pode ser fisiológico (normal), como na atividade física; ou patológico (anormal), neste caso podemos chamar de taquiarritmia.
Qual a diferença entre arritmia cardíaca e taquicardia?
Uma taquicardia fisiológica pode ocorrer em resposta a um aumento da demanda energética ou efeito de estímulos emocionais, como medo, ansiedade e estresse.
Arritmias são ritmos anormais e desproporcionais às necessidades energéticas do organismo. Nem toda arritmia se manifesta como um ritmo acelerado. Em alguns tipos de arritmias, o coração assume um ritmo mais lento que o normal (bradicardia) e pode causar sintomas de tontura, alterações visuais e até desmaios.
Tipos de taquicardia
Há três tipos principais de taquicardia. Conheça eles:
Taquicardia sinusal
É quando o estímulo do ritmo cardíaco tem origem no local correto, o nódulo sinusal. A taquicardia sinusal geralmente é uma resposta compensatória, secundária a outro problema clínico: anemia, disfunções valvares e hipertireoidismo são as causas mais comuns. Não tratamos a taquicardia sinusal, mas sim a sua causa.
Taquicardia ventricular
É um ritmo cardíaco de origem anormal, em algum ponto da porção ventricular do coração. Este estímulo percorre um caminho anormal e pode não promover uma contração satisfatória, comprometendo a eficiência da função cardíaca. Pode causar desde sintomas leves de palpitação, até instabilidade clínica por queda da pressão arterial. Esta situação precisa de atenção médica imediata, pois pode evoluir para parada cardíaca.
Taquicardia atrial
É um ritmo cardíaco de origem supraventricular, menos perigoso que o ritmo ventricular, pois produz contrações mais organizadas e funcionais, mantendo a pressão arterial e consequentemente a estabilidade clínica. Geralmente, é um evento transitório e com sintomas leves, não é considerada uma emergência médica e podemos tentar corrigir com manobras vagais, como, por exemplo, soprar um balão de ar. Caso tenha comportamento sustentado, pode evoluir com instabilidade clínica, sendo necessária a correção farmacológica e observação clínica.
Sintomas de taquicardia
O principal sintoma é a palpitação, uma sensação do coração bater mais rápido, mais forte ou diferente.
Causas
Múltiplas causas associadas a uma predisposição genética. Colaboram como fatores de risco: o tabagismo, hipertensão arterial, privação de sono, ansiedade, bebidas estimulantes (refrigerantes, energéticos e cafeína), abuso de álcool e uso recreativo ou inadequado de drogas.
Tratamentos para taquicardia
O ideal é identificar e corrigir a causa. Em situações de instabilidade clínica, usamos drogas que modificam a condução do impulso nervoso pelo coração. Alguns medicamentos são usados de forma contínua para prevenir e controlar arritmias crônicas.
Quando procurar um médico?
Sempre que perceber um ritmo cardíaco diferente, inesperado ou mesmo batimentos isolados descompassados. As pausas e os ritmos acelerados devem ser avaliados por um especialista, com a ajuda de exames de variadas complexidades, partindo de um eletrocardiograma em repouso, um Holter de 24h, até estudos funcionais mais avançado, como Tilt-Test e imagens computadorizadas.