Obesidade: graus, causas e impactos na saúde

obesidade

 

Autora: Dra. Lilian Albuquerque - Médica Endocrinologista

O que é a Obesidade? 

A obesidade é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como excesso de gordura corporal em quantidade que determine prejuízos à saúde. 

Trata-se de uma doença crônica, progressiva, multifatorial, que pode acarretar diversas complicações ao organismo e ocasiona elevado custo para a saúde pública.  

Nos últimos anos, a obesidade vem crescendo de forma alarmante, em proporções epidêmicas, configurando um problema de saúde pública. Estima-se que 1 em cada 4 brasileiros apresenta obesidade. 

O que pode causar a obesidade? 

Diversos fatores contribuem para a obesidade. Ocorre uma relação complexa entre fatores biológicos, psicossociais e comportamentais, e existem diferentes mecanismos envolvendo o apetite e a saciedade.  

O desenvolvimento da obesidade tem sido associado à idade materna elevada; multiparidade; menor tempo de sono durante à noite; uso de alguns medicamentos, algumas doenças; dentre outros contribuintes. 

Os fatores ambientais são de extrema importância para o desenvolvimento da doença. Nesse contexto, podem ser destacados: o consumo elevado de alimentos industrializados, o sedentarismo e o maior tempo de tela (TV, celulares, computadores). Os produtos multiprocessados, como alimentos de pacotes (biscoitos, snacks) e sucos de caixinha são calóricos, ricos em açúcares e gorduras. Apresentam sabores apurados e, em quantidades bem menores que uma alimentação natural, podem facilmente superar a cota calórica necessária durante o dia, gerando desequilíbrio entre consumo e gasto energético. 

De forma bem menos frequente, a obesidade pode ser consequência de mutações de um único gene, sendo responsáveis por formas raras de obesidade, como no caso de alterações no receptor da leptina. 

A obesidade pode trazer riscos para a minha saúde? 

A obesidade está associada a diversas complicações em diferentes sistemas do organismo. Podem ser citados: diabete melito tipo 2; diabete gestacional; doenças do colesterol; hipertensão arterial sistêmica; doenças cardíacas, como doença coronariana e insuficiência cardíaca; apneia do sono; doenças no fígado, como esteatose e artrose; infertilidade; alguns tipos de câncer, como de mama e cólon; ansiedade e depressão; dentre outras. 

Quais são os graus de obesidade? 

O diagnóstico de obesidade é realizado por meio do índice de massa corporal (IMC). O cálculo do IMC é realizado dividindo-se o peso encontrado pela altura elevada ao quadrado (IMC=peso/altura x altura) 

A obesidade é classificada em graus, conforme segue abaixo:   

Obesidade Grau 1

- Obesidade grau 1: IMC entre 30 – 34,9 kg/m2 

 Obesidade Grau 2 

- Obesidade grau 2: IMC entre 35 – 39,9 kg/m2 

Obesidade Grau 3 

- Obesidade grau 3 (mórbida): IMC ≥ 40 kg/m2 

Quais profissionais podem auxiliar? 

O tratamento da obesidade é fundamentado em mudanças no estilo de vida e no uso de medicações, quando indicadas, devendo ser conduzido por uma equipe multidisciplinar composta por endocrinologista ou nutrólogo, nutricionista, psicólogo e preparador físico. 

Quando a cirurgia bariátrica é recomendada? 

A cirurgia bariátrica é um dos tratamentos realizados para a obesidade e é bastante eficaz quando bem indicada e acompanhada de forma adequada. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a cirurgia bariátrica está indicada nas seguintes condições:  

- IMC ≥ 35 kg/m2 associado a algumas doenças como hipertensão arterial sistêmica, diabetes de difícil controle, apneia do sono, dislipidemia e outras.  

- IMC ≥ 40 kg/m2 (obesidade grau 3). 

- Indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 com IMC entre 30 e 34,9 kg/m2 e idade entre 30 e 70 anos, diagnóstico de diabetes a menos de 10 anos e refratariedade comprovada ao tratamento clínico. A cirurgia é denominada nesses casos de cirurgia metabólica

Hábitos que podem auxiliar no tratamento da obesidade? 

A alimentação saudável representa um dos hábitos mais importantes para o tratamento da obesidade. Deve ser centrada em frutas, verduras, hortaliças, fontes proteicas magras, gorduras boas e carboidratos complexos, como pães integrais.  

Devem ser priorizados os alimentos in natura, evitando-se produtos industrializados por serem muitas vezes ricos em calorias, prejudicando a redução e/ou manutenção do peso. 

Outro hábito importante é a prática regular de exercícios físicos. A OMS recomenda pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana para os adultos. Para crianças e adolescentes, orienta-se uma média de 60 minutos por dia. É fundamental passar por uma avaliação médica para seguir as recomendações com segurança. Além disso, é importante realizar exames de rotina para acompanhar indicadores como níveis de colesterol, açúcar no sangue e demais condições atreladas ao ganho de peso.

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